Quem Vigia o Vento Não Semeia (1):
O Espectador e o Crente

04.12.2011

Nós somos espectadores do mundo e produtores das aparições deste mundo e de todo um outro mundo. A condição do espectador é a de um sujeito que está continuamente a mudar de lugar. O olhar do espectador (e do crente) é movimento se ele quer escapar à paralisia da morte. Assim o diz a experiência das mulheres naquela manhã, assim o diz a nossa experiência de crentes, obrigados que estamos a uma verdadeira hermenêutica da reminiscência que só post factum Resurrectionis se cumpre, obrigados que estamos ao testemunho: afinal, os únicos testemunhos de Deus somos nós. Nós somos os iniciados duma passagem com um fim à vista.

JOSÉ AUGUSTO MOURÃO, OP, “Este é o Jardim que a Ausência Permite”