A Nossa Lei

17.02.2014

A partir de Sir 15,16-21, 1Cor 2,6-10, e Mt 5,17-37:

Em nós, humanos, que é o mesmo que dizer diante de nós quando pesamos os nossos passos, está o fogo e a água, a morte e a vida. Estendemos a mão ao que desejamos. As escolhas fazem-nos arder, fluir, morrer, viver, uma e outra vez. A que é que somos leais? Em que é que somos constantes? Talvez à nascente que não nos pertence, a partir da qual o eu e o nós, o nós e o eu, se entrelaçam e se definem. É-nos dito que há uma sabedoria que ainda não surgiu, pois que neste mundo ferido quem domina crucifica quem expõe contradições e anuncia um novo tempo, o do triunfo da igualdade e da justiça. Há uma lei legalista que nos limita os movimentos, imposta de cima, estranha aos nossos dilemas, que nos torna marionetas sem lugar nem tempo, sem vida enfim. Há uma outra lei, a boa notícia, que traduz uma procura libertadora, inscrita em pensamentos e sentimentos, na condição inacabada do ser humano, que nos torna responsáveis pela história em circunstâncias específicas mas mutáveis, em que tudo o que herdamos do passado pode ser semente de outro futuro.